Um policial militar aposentado, de 59 anos, um ex-pm expulso em 2004, de 52 anos, um vigilante, de 48, e um técnico em agrimensura, de 25 anos, são suspeitos de se passarem por policiais civis de Campo Grande para roubar drogas. Dois deles foram encontrados e presos, na manhã desta segunda-feira (20).
Segundo a Polícia Civil, os quatro são alvos de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, todos expedidos pela 4ª Vara Criminal da capital. Dois ainda são caçados.
Os homens foram identificados e o esquema descoberto após falsa comunicação de roubo. Conforme investigação da Derf, vestidos com roupas operacionais, portando armas e algemas, os suspeitos invadiram uma casa na comunidade “Aguadinha”, na região do Jardim Centro-Oeste, no dia 18 de outubro.
Na ocasião, cerca de 65 quilos de cocaína foram levados do local. Com medo de ser morto, o responsável por guardar a droga procurou delegacia da capital para comunicar suposta invasão ao domicílio.
O morador chegou a dizer que os ladrões teriam levado joias, aparelhos celulares e R$ 15 mil em dinheiro.
Após ser confrontado com várias inconsistências em seu depoimento, o homem revelou que, na verdade, atuava como “guarda-roupa”, como são chamas pessoas que mantém drogas guardadas em casa.
Falso Denar
Ele também acabou confessando que os suspeitos que roubaram a droga teriam se apresentado como policiais da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) e se chamavam de “stive” – forma que um policial se dirige a outro nas ações policiais -, durante a falsa fiscalização.
Ainda segundo o “guarda-roupas”, os criminosos haviam chegado ao local em dois carros, um Gol vermelho e um Ônix prata.
Após varredura na casa, os falsos policiais ainda teriam levado o morador preso, mas acabaram liberando-o na região do bairro Cristo Redentor. Ele teve celulares levados.
Aos policiais, o homem revelou ter registrado boletim de ocorrência por falso roubo, porque estava desesperado em obter imagens de câmeras de segurança na vizinhança e, assim, prestar contas da perda da droga pertencente à grupo criminoso. Ele também alegou medo de ser morto.
Durante a investigação, foram apreendidos em poder do grupo os dois carros usados na ação, uma algema, 18 kg de cocaína e coletes policiais sem identificação.
O quarteto foi indiciado por roubo majorado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e fingir-se funcionário público.
Um dos indivíduos também foi preso em flagrante por tráfico de drogas, pois estava na posse de aproximadamente 250 g de pasta base de cocaína.
